LUTO
Integrado no Programa Artéria, Luto é um projecto transdisciplinar criado em residência artística em Tábua.
Tomando como ponto de partida o fogo de 15 de Outubro de 2017, de tal modo violento na região que marca um antes e um depois na sua história, o projecto debruça-se sobre as questões do trauma e da catástrofe. A dupla significação do termo ‘luto’, enquanto processo de lidar com a perda – de vidas humanas, de memórias, de espaços físicos – e enquanto verbo lutar – resiliência e empenho das populações e da natureza por imaginar outros futuros – foi o mote nuclear que estruturou o pensamento e áreas a abordar. “A riqueza de um país está nos seus homens e mulheres que fizeram as experiências extremas, experiências do género daquelas, que, no decorrer das gerações, só se aproximam dos seres humanos uma única vez”. A palavra ‘catástrofe’ vem do grego e significa, literalmente, ‘virado para baixo’. A catástrofe é, por definição, um evento que provoca um trauma, outra palavra grega, que quer dizer ‘ferimento’. “Catástrofe, trauma e memória traduzem-se uns aos outros nessas histórias que não se deixam capturar pelo pensamento, nem pelo discurso. O que vem à tona são fragmentos, cacos da memória. O indizível só pode ser não-dito, e ‘lembrar’ pode ser uma forma de ‘esquecer’, de normalizar o passado”. “Sei agora que o meu luto vai ser caótico”. “O fogo só terminou quando não havia mais que arder”. Passado mais de um ano, o tempo avançou sem quase sair do mesmo sítio. Parece que foi ontem. “O fogo ainda arde lá fora tantas vezes, o quarto incendeia-se noite após noite, enche-se de fumo”. [EN] Reflecting the will and proposal of the local agents, the general starting theme of this project will be the fires occurred on the 15 October 2017. The key concepts and base-proposal of the project are multidisciplinarity, territory, community, map. Cartography made of layers, confessions of places, micro history, sociology of everyday life, autoethnography. The project crosses a documentary practice, which involves the narratives of the residents and their relation with the historical dimension of the places, working on texts and other references that throw us into the thinking and broader questioning of places. The inclusion of amateur participants, mobilized among the local inhabitants and cultural groups of the city, is also certain. |
Theater show
Direction André Braga | Dramaturgy Cláudia Figueiredo with the support from Gonçalo Mota | Co-creation e interpretation: Diogo Martins, Diogo Peres, Gil Mac, Mafalda Saloio, Odete Claro, Paulo Mota, Soraia Cavaco and Valentina Parravicini | Sound modelling: André Pires | Plastic conception André Braga and Pedro Azevedo | Video Gonçalo Mota with the support from Vitor Costa | Light Cláudia Valente | Plastic construction Pedro Azevedo and Pedro Coutinho | Production: Ana Carvalhosa (direction) with the support from Cláudia Santos and Carolina Cardoso Project within Rede Artéria, artistic coordination by Teatrão and co-financed by Portugal 20.20 2019 |